EPaper

Ruanda apoia Moçambique no combate terrorismo sem ajuda de outros países

Texto: Dário Cossa Foto: RFI

Não há nenhum país que está a apoiar Ruanda no combate ao terrorismo em Cabo Delgado. A informação foi avançada, sábado, numa conferência conjunta dos Presidentes do Ruanda e Moçambique, Paul Kagame e Filipe Nyusi, respectivamente.

Os dois Chefes de Estado de Ruanda e Moçambique mantiveram, na manhã do último sábado, - do o qual concederam uma conferência de imprensa conjunta.

E na conferência de imprensa, os jornalistas quiseram saber se o Ruanda conta com o apoio logístico da França de combate ao terrorismo em Cabo Delgado, como se tem especulado em alguns órgãos de informação internacionais, ao que Paul Kagame reconheceu que as operações de combate ao terrorismo em Cabo Delgado são caras, mas o Ruanda aceitou o pedido de ajuda de Moçambique - mento da França.

“Para aqueles que pensam que fomos convidados por um outro país e somos pagos pelo que estamos a fazer, gostaria de dizer que não é o caso. Tais pessoas que mencionaram, também, são nossas amigas, mas o problema era os moçambicanos estão a enfrentar. Então, eles é que nos convidaram”, esclareceu Paul Kagame, Presidente do Ruanda

E o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse mais: “não houve nenhuma tríplice que implica dar voltas. Seria mais fácil dizer: faça isso ou aquilo. Agora, mobilizar alguém para dizer outro para fazer enquanto nós podemos falar, não. Não precisamos de meninos de recados. Nós podemos falar di

Sobre o porquê da demora no pedido de apoio externo para um problema que, segundo Filipe Nyusi, começou a dar sinais em 2012 e agravou-se a partir de 2017, o Chefe do Estado disse que era preciso ter cautela.

“Se tivesse sido um problema nacional, como já vivemos no passado, na guerra de 16 anos e depois houve interrupção. Então, seria muito precipitado chegar à conclusão de que é hoje que tem que vir alguém para um problema que nós podemos resolver dentro do país, usando aquela arma que eu uso – o diálogo”, apontou Filipe Nyusi.

O Chefe do Estado moçambicano deu mais detalhes pelo motivo de não ter sido necessário chamar, imediatamente, a ajuda externa para travar o terrorismo em Cabo Delgado. “Outra fase não menos importante é: não se diz Ruanda venha, Quénia, África do Sul e outros países sigam o mesmo exemplo. É preciso que esses países percebam para onde é que vão e o que farão, como irão proceder. Isso tudo leva o seu tempo”, detalhou o Estadista.

E foi depois de ter tido a certeza de que o país estava a lidar com o terrorismo, quando solicitou e chegou o apoio do Ruanda que não terá ganho maior, senão travar um fenómeno que considera global.

“Mesmo que seja caro combater o terrorismo, se a situação continuasse como estava, sem fazer nada, seria 10 vezes mais caro do que as próprias operações. Permitindo que esta situação continue, dizimará mais vidas, mais dinheiro perdido e todo o futuro perdido, em termos de desenvolvimento se permitirmos uma situação igual a esta, continuar antes das operações”, indicou o Presidente do Ruanda.

Entretanto, a força conjunta de Moçambique e Ruanda não está a trabalhar apenas no aspecto da segurança, há, também, outras duas frentes. “O outro vetor é humanitário. Temos muitos deslocados que vivem em sítios onde não estão em condições, mas estes deslocados, um dia voltarão e nós devemos acolhê-los. Este vetor é, ao mesmo tempo, adicionado ao terceiro que é o desenvolvimento. Nós temos que promover o desenvolvimento real, com transparência, equidade, igualdade de direitos, em que as pessoas se sentem donas do projecto. Por isso, falamos do conteúdo local, mas também não marginalizamos as comunidades locais”, argumentou o Chefe

POLÍTICA

pt-mz

2021-09-27T07:00:00.0000000Z

2021-09-27T07:00:00.0000000Z

http://opais.pressreader.com/article/281543704075367

O Pais